terça-feira, 10 de maio de 2016

ÉPOCA DE 1941/42

PLANTEL

Martins, Albino, Gaspar, Valadas, Francisco Ferreira, Francisco Rodrigues, Joaquim Teixeira, Nelo, César Ferreira, Alcobia, Manuel Costa, Conceição, Galvão, Pires, Freire, Álvaro Pereira, Eloi, António Teixeira, Lourenço, Casimiro, António Rodrigues, Duarte e Bettencourt








TREINADOR

Janos Biri

MELHOR MARCADOR

Ferreira - 25 Golos

RESULTADOS


NOVO ESTÁDIO

Estádio do Campo Grande 1941/1954


No Campo Grande, espaço desportivo muito antigo em Lisboa, teve o Benfica grandes tardes de glória.
Foi neste campo que fizeram as suas festas de despedida grande parte dos futebolistas que reforçaram a mística do Benfica nos anos 30 e 40. Em finais de 1939, o presidente da Direcção foi chamado ao Ministério das Obras Públicas, sendo informado pelo Ministro Eng.º Duarte Pacheco que os três clubes de Lisboa - Benfica, Belenenses e Sporting - teriam de abandonar os seus campos, para se instalarem no Parque Florestal de Monsanto, onde a Câmara Municipal de Lisboa (CML) faria construir três estádios. Acrescentou o ministro que o Benfica seria o primeiro clube atingido, devido às obras da auto-estrada.


Entretanto, em contacto com a CML, a Direcção do Benfica foi informada de que o Clube ficaria provisoriamente instalado no Campo Grande, cedido pela renda mensal de 600$00 (valor que o Benfica conseguiria reduzir para 550$00). Como era habitual, o Benfica dispunha de pouco dinheiro para realizar as obras de adaptação dum espaço desportivo que há muito estava desactivado e que nunca chegara a ter grandes condições. Depois de lutar por uma indemnização justa, em face da sua saída involuntária das Amoreiras, a direcção do Benfica conseguiu que esta passasse de 600 para 800 contos (note-se que o Estádio das Amoreiras representou 2 000 contos de investimento em 15 anos de utilização).
A CML comprometeu-se a pagar 400 contos no acto da escritura e o restante o mais breve possível, mas nunca excedendo o ano de 1940. A edilidade comprometeu-se, ainda, a dar prioridade ao Benfica na escolha do campo no Parque de Monsanto. O Benfica recebeu 800 contos de indemnização para abandonar o Estádio das Amoreiras, mas teve de pagar dívidas (ainda referentes aos empréstimos para a sua construção), ficando apenas com 500. Não se podia, pois, pensar em grandes obras, mas sim em dotar o estádio de condições aceitáveis. Sem muito terreno disponível e sem recursos amplos não se podia pensar num projecto grandioso. Havia que conciliar a necessidade de remodelação do espaço com o dinheiro disponível. Obras iniciaram-se em 1940 e foram acompanhadas com interesse por toda a massa associativa 
O Campo Grande encontrava-se desactivado desde 1937, após ter sido abandonado pelo Sporting, que alugou nesse ano o estádio do Lumiar (hoje Estádio José Alvalade, submetido a grandes obras em 1947 e em 1956).


Campo Grande causa estupefacção
Em 05/10/1941, quando é inaugurado, o Campo Grande causa estupefacção. Como era possível fazer um estádio daqueles num espaço que fora abandonado pelo Sporting por, alegadamente, não possuir condições! Mais: o Campo Grande estava, até, melhor do que o
Estádio do Lumiar, para onde se mudara o Sporting, 4 anos antes! No jogo inaugural o Benfica venceu o Sporting, por 3-2. O Clube conseguiu ainda alugar um espaço adjacente, inaugurando, a 01/12/1946, uma Pista de Atletismo em cinza e um segundo campo atlético
para jogarem outras categorias e para se praticarem outras modalidades (Râguebi, Hóquei em Campo e Andebol de Onze). O complexo foi, também, dotado de um Campo de Basquetebol, de um "Court" de Ténis e de uma Carreira de Tiro. Dos 2 hectares disponíveis em 1941, o Benfica passou a dispor, em 1946, de 5 hectares alugados. Mas o espectro da precariedade pairou sempre sobre o Campo Grande, alcunhado de "Estância de Madeira". Alguns adeptos queixavam-se de que o estádio gerava custos dispendiosos, obrigando o Clube a investimentos avultados (1 227 410$70 entre 1940 e 1944) quando o terreno nem sequer era pertença sua. Em Março de 1944, tendo reservado dinheiro para obras de conservação das bancadas, que se encontravam em estado de grande degradação, o Benfica foi informado pela CML que o Município estava a estudar a localização de novos terrenos para instalar o Clube.
Foi decidido, então, não se aplicar o dinheiro em obras de conservação do Campo Grande, já que a utilização provisória do mesmo não justificava investimentos. Após alguma indefinição por parte da CML, que indicava terrenos que não serviam as aspirações do Clube por serem muito caros, de topografia pouco adequada a um campo desportivo ou pela sua pequena dimensão (caso do espaço oferecido na Avenida Alferes Malheiro - hoje Avenida do Brasil -, mais tarde ocupado pelo LNEC). Em 1946, o Benfica conseguiu uma proposta para regressar à área de Benfica. Em causa estavam uns terrenos perto da Quinta da Luz. Mas o Clube havia de manter-se no Campo Grande por mais alguns anos, fazendo pequenas (mas, por vezes, dispendiosas) obras de conservação. Finalmente, em 18/04/1954, a categoria de honra fez, frente ao Atlético CP, o último jogo no Campo Grande, integrado na festa "Pró-Estádio", iniciativa que visava obter receitas para o novo parque desportivo (apelidado, nas primeiras épocas, de Estádio de Carnide, antes de adoptar o predicativo da Luz).
O Benfica cumpriu 13 temporadas no Campo Grande, onde somou 214 jogos, 176 vitórias, 17 empates, 21 derrotas, 888 golos marcados e 275 sofridos. Não faltaram, também, grandes goleadas: 12-2 ao FC Porto (07/02/1943), 7-2 ao Sporting (28/04/1946) 13-1 à Sanjoanense (27/04/1947) - ainda hoje o melhor resultado no Nacional - e 9-0 ao V. Setúbal (07/02/1954), todas elas a contar para Campeonato Nacional da I Divisão. Em bom número se contam, igualmente, as festas de despedida: Valadas (01/12/44), Albino (13/05/45), Gaspar Pinto (08/09/46), Martins (31/08/47), Espírito Santo (08/12/1949), Julinho (10/06/1953) e Moreira (08/12/1953).

FOTOS

Lance do Jogo Benfica 4 - Guimarães 2

CURIOSIDADES

A quatro jornadas do final do Nacional da 1ª Divisão de 41/42 os eternos rivais de Lisboa, Benfica e Sporting, defrontavam-se no Campo Grande naquele que na época foi classificado como o "jogo do título". Numa partida equilibrada o benfiquista Alfredo Valadas... desequilibrou, ao apontar o tento da vitória... e do título de campeão.

Valadas marca o 4º Golo do Benfica

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