segunda-feira, 13 de junho de 2016

GRANDES NOMES

JULINHO


O Portuense Júlio Correia da Silva começou a carreira no Boavista antes de mudar para o Académico do Porto. Em 1943 abandonou a sua cidade natal para ir vestir a camisola do Sport Lisboa e Benfica, a troco de 25 contos para o Académico e dez de “luvas” para o próprio Julinho.


Iniciaram-se então onze anos de águia ao peito, com muitos golos e vitórias, três Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e uma Taça Latina.
Julinho, como era conhecido pelos adeptos, marcou 202 golos em 200 jogos pelo Benfica, uma marca impressionante, mesmo tendo em conta a época em que tais números foram atingidos; tendo ainda vencido o prémio de melhor marcador por duas vezes: 1942/43 e 1949/50.

Num tempo em que não havia substituições, e muitos poucos encontros internacionais eram disputados, pois a II Guerra Mundial parou o futebol na Europa entre 1939 e 1945, Julinho vestiu apenas por uma vez a camisola das quinas, acabando por viver à sombra desse monstro sagrado do futebol que era Fernando Peyroteo, autor de 529 golos em 327 jogos com a camisola do rival Sporting.

Dois dias para a história


Seria muito por causa de dois jogos que Julinho ficaria na história do futebol português: o primeiro foi no dia 7 de Fevereiro de 1943 quando o Benfica recebeu e venceu o FC Porto por 12-2 na maior vitória de sempre sobre os rivais nortenhos; Julinho não foi nada meigo para os seus conterrâneos e apontou cinco dos doze golos com que os encarnados cilindraram os portuenses.


O segundo jogo marcante da carreira de Julinho foi disputado no Estádio Nacional em Lisboa no dia 18 de Junho de 1950. Após um empate a 3-3 no primeiro jogo, Benfica e Bordéus tiveram que disputar um jogo de desempate para se encontrar o vencedor da Taça Latina. Os franceses estiveram em vantagem desde os 8 minutos até que Arsénio empatou o jogo aos 90 minutos.

Julinho fez aos 146 minutos o golo que deu a Taça Latina ao Benfica. Jogaram-se então não um, mais dois desesperantes prolongamentos de 30 minutos, e quando os jogadores de ambas as equipas literalmente se arrastavam pelo campo, Julinho fez aos 146 minutos o golo que deu a Taça Latina ao Benfica, e a primeira grande vitória da história ao futebol português.

Três anos depois, o herói da Taça Latina despediu-se do Sport Lisboa e Benfica e do futebol, defrontando o Belenenses, que curiosamente tinha sido o primeiro adversário que tinha encontrado quando se estreou com a camisola das papoilas saltitantes.

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