domingo, 4 de setembro de 2016

GRANDES NOMES

JORGE GOMES



Entre 1978 e 1980 o Benfica fica três anos sem vencer o campeonato. Em 1977/78, apesar de fazer novo percurso invicto, perde o título para o FC Porto por diferença de golos; em 1978/79 fica a um ponto da liderança e em 1979/80 termina na terceira posição. Tal sequência de maus resultados terá contribuído para a decisão dos sócios na assembleia geral de 1 de Julho de 1979, de permitir que o Benfica passasse a poder contratar jogadores estrangeiros. O primeiro foi o brasileiro Jorge Gomes.
  

Jorge Gomes marcou 12 golos em 59 jogos pelo Benfica. Representou a formação encarnada ao longo de três épocas, entre 1979 e 1982. Tudo isto é verdade. Mas o brasileiro preserva, sobretudo, o privilégio de ter sido o primeiro estrangeiro a vestir a camisola do clube da Luz.


O avançado passou por Boavista, Benfica e Sp. Braga, fixando-se na cidade minhota após o final da carreira. Olhando para trás, no dia em que festeja o 30º aniversário da sua estreia ao serviço dos encarnados, Jorge Gomes recorda o namoro com o Sporting e um um encontro inesperado no aeroporto de Lisboa.


«Lembro-me que o João Rocha, presidente do Sporting, já tinha tudo acertado com Valentim Loureiro. Tinhamos combinado um encontro, no Aeroporto de Lisboa, para assinar contrato, antes de eu viajar para o Brasil. De repente, em vez do João Rocha, apareceu lá o director-desportivo do Benfica, Romão Martins. Nunca percebi o que aconteceu».

Jorge Gomes seria, de qualquer forma, assediado pelo Sporting nas semanas seguintes. «Fui para o Brasil, já com contrato assinado com o Benfica. É verdade que tive algumas declarações polémicas, nessa altura, mas apenas porque faltavam uns acertos com Valentim Loureiro. E o Sporting também falou comigo, mas eu já tinha assinado pelo Benfica», confirma.


«Tinha sido indicado por Mortimore»

«Eu tinha sido indicado por John Mortimore, mas entretanto ele saiu para entrar o Mário Wilson. De qualquer forma, foi uma grande honra para mim, ser o primeiro depois de uma tradição de cerca de 75 anos, salvo erro. Tenho muito orgulho nisso», garante o antigo avançado.

O brasileiro garante que nunca sentiu qualquer tipo de tratamento diferenciado no Estádio da Luz: «Nunca me senti tratado de forma diferente no Benfica. Fiz o meu melhor, mas tive algumas lesões e já sabia que não ia entrar de carro no onze. Sei que podia ter feito mais, mas era um jogador de área, sem sempre a escolha recaía em mim. Mário Wilson deu-me oportunidades, mas havia Nené, Reinaldo, depois César, o segundo brasileiro.»


«Lembro-me que, entretanto, também chegou o Paulo Campos, brasileiro que vinha do Portimomento. Entretanto vieram muitos nórdicos, por causa do Eriksson. Acho que foi um passo natural para o Benfica, uma aposta certa», remata Jorge Gomes.

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