domingo, 3 de julho de 2016

GRANDES NOMES

MOINHOS



Jogador convencional, porventura não seria Moinhos, da mesmo forma que não era nenhum portento. Nasceu em 1949, a 13 de Maio, sabe-se lá se soube os bons auspícios da Senhora de Fátima. Moinhos, o nome, numa perspectivas bem terrena, dizia com ele. Com a ideia de movimento, de engenho. Que não se demitia de mostrar em campo.



No Boavista assomou, com pés de vento, drible fácil, passe geométrico, finalização precisa. Sempre atento aos melhores valores do mercado aborígene, o Benfica não escondeu a cobiça. Em 73/74, sediou-se em Lisboa, após milionária transferência. Conheceu ainda o ganhador Jimmy Hagan, afastado por desinteligências com a Direcção do clube, ocorridas no dia da festa de homenagem a Eusébio. Logo em Setembro, começou a ouvir a voz de comando de Fernando Cabrita, num ano agitado, de titulo perdido, mas decisivo para a sua adaptação a um dos maiores grémios desportivos da Europa.



Tempos acelerados esses. Era a suprema alegria de vermelho trajar. Era a luta quotidiana por um lugar ao sol. No compartimento ofensivo, durante as quatro temporadas de vivência rubra, encontrou Eusébio, Nené, Artur Jorge, Vítor Baptista, Jordão, Diamantino, Ibraim, Móia, Nélinho, Chalana, José Pedro, José Domingos e Cavungi. A partir de 74/75, com o mestre jugoslavo Milorad Pavic, Moinhos passou a ser amiúde utilizado. Atingiu mesmo a Selecção Nacional, que representou por sete vezes. Não se atemorizando com a concorrência, já campeão, em 75/76, revalidou o titulo, com o técnico Mário Wilson, tendo sido o jogador mais vezes utilizado ao longo da caminhada triunfal. Finalmente, em 76/77, sob o comando de John Mortimor, voltou aos píncaros com o tricampeonato, ainda que a sua utilização fosse mais intermitente. No total, fez 96 jogos, garantindo 26 golos.



Mário Moinhos associou-se a um dos melhores períodos da vida competitiva do Benfica. No momento histórico do abandono de Eusébio, o mais emblemático futebolista de todos os tempos. No momento também do esforço para renovar o plantel com mestria. Pela sua parte, fez um apostolado que o cartório da Luz bem pode documentar.


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